Orgânicos do Sítio do Tonho. As riquezas de Formosa do Rio Preto - Oeste da Bahia


Está formada nossa caravana, eu, Marquinhos e Áurea, fomos passar nossa manhã de sábado no Sítio de Tonho, lugar famoso em Formosa do Rio Preto - Oeste da Bahia, pela bela produção de orgânicos, como também pela simpatia do seu proprietário. Em um hectare de terra Tonho realiza proezas. 


Tonho trabalha desde criança com agricultura, trabalhava em fazendas da região, onde era o encarregado de repassar para os outros funcionários a orientação sobre a quantidade de agrotóxicos que seria usado na plantação.  Ele conta que tudo aquilo entristecia ele, ver botar veneno na comida que ia para a mesa do povo.  Ele mesmo não consumia aquelas coisas, só comia da horta de casa. Quando saiu da Fazenda, comprou seu pedacinho de terra, um hectare, começou a plantar aos pouquinhos, em um pedacinho pequeno, ele a mulher e os filhos trabalhando duro mais com muita alegria. Assim, foi ampliando aos poucos. Plantando, consumindo e vendo o que excedia.



Enquanto conversamos com Tonho e ouvimos suas histórias de amor a terra, de uma vida dedicada a agricultura familiar, ele vai atendendo os clientes. Um garoto chega para comprar couve que a mãe mandou. Depois chega um rapaz querendo alface. Um casal chega em busca de terra, e vão logo avisando que querem "aquela terra especial".
Tonho fica feliz com esse movimento, mas se queixa de que as pessoas não valorizam o produto que é limpo, que dá muito trabalho para cultivar, que o povo ainda não compreende que aquilo é comida orgânica, boa para a saúde. Ele arranca folhas do pé e começa a comer, dizendo que essa é a satisfação que tem na vida, ver os netos brincarem no meio da horta, pegarem as folhas, os tomates e comerem. Para ele isso não tem preço.


Jiló Gigante, esse eu só conhecia de nome. Cada um pesa em média 500 g, é parente da berinjela. Uma delícia. Não resisti e colhi dois para levar pra casa.


As brócolis estavam bem verdinhas, a fotógrafa não conseguiu capturar a beleza e vigor das cores.


As abobrinhas, não são nada "inhas" rs,  Marquinhos foi logo escolhendo as dele, no final levou as duas mesmo.


Enquanto Tonho nos explica a sua luta para manter o sítio, o filho dele continua trabalhando, zelando pela horta, que tem alfaces, rúcula, pimentão, salsinha, coentro, couve, maxixe, jiló, abobrinha, abóbora, quiabo, pimentas, chuchu, banana, brócolis.....e tem abelhas também, que dão um bom mel, que é disputado na Cidade

Esse homem de fala mansa, jeito sereno, me ensina grandes lições. Tonho é seguro ao dizer que segue os ensinamentos do avó: "só posso oferecer ao outro o que eu tiver de melhor, então como eu poderia envenenar a comida e vender para as pessoas? não quero ficar rico, só quero fazer meu trabalho, ver ele ser valorizado. Mesmo que alguém me ofereça muitas terras não quero, esse tanto aqui tá bom, muita terra enche os olhos e o povo quer logo botar veneno na plantação para ganhar mais dinheiro, isso eu não quero pra minha vida. Isso é o que eu ensino aos meus filhos e netos" 


E eu saio mais rica desse encontro com esse homem que se faz respeitar pela sua família e  por  sua  comunidade. Tonho, um homem que acredita na força da terra, na força da natureza e faz dela sua grande aliada. 
 O mundo tem esperança.


E eu falo a Tonho que temos que ter esperança que esse seu trabalho será valorizado quando as pessoas tiverem maior consciência.


Até os coreanos confiam no meu trabalho, diz Tonho se referindo aos coreanos que estão se instalando no Município para plantar soja orgânica, "eles só comem tudo orgânico, já vieram aqui, fizeram testes e comprovaram o que eu já sei, é tudo limpo, tudo saudável."
Nessa gravação tem também umas palavras da querida Áurea, da Associação Pró Cultura de Formosa do Rio Preto.  Áurea é uma guerreira na luta pela preservação do cerrado e do Rio Preto.



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