Sobre Milho Não Transgênico, Bode, Ambrosia, Massa Italiana e outras riquezas de Irecê - Bahia

Minha visita a Irecê - sertão da Bahia,  tinha alguns objetivos, entre eles um bem importante era conhecer a Copirecê,  que produz e distribui o "Flocão Puro Milho",  produzido com milho não transgênico e sem agrotóxico. Todo milho que eles utilizam é plantado por seus associados, assim eles tem o controle da qualidade e a garantia da procedência. A cooperativa é bem estruturada, o prédio da foto abaixo é a sede administrativa, que tem um galpão anexo, onde o milho é processado, embalado, daí parte para a distribuição. Esse trabalho precisa ser cada vez mais valorizado e receber nosso apoio, porque é uma luta grande para a cooperativa conseguir se manter. Disputar uma fatia do mercado com as grandes indústrias não é tarefa fácil, porque essas empresas produzem em grande escala, por isso conseguem botar seus produtos com preços bem baixos nas prateleiras. Mas com um trabalho de conscientização com certeza mais e mais pessoas vão passar a consumir o "Puro Milho".  Vamos botar cuscuz saudável nas nossas mesas. Milho não transgênico faz bem para a nossa saúde. 




Olha a estrutura da Copirecê, fruto de muita luta dos seus associados.

 
Copirecê distribuindo sabor e saúde  para as nossas famílias.

   

Vale a pena divulgar esse trabalho, fico feliz quando encontro pessoas comprometidas com propostas sérias e mais feliz ainda em ver essas propostas  se tornarem realidade.


Um pouco do espaço da área de produção da Copirecê, daqui sai o "Flocão Puro Milho"



Outro objetivo era conhecer o Centro Público de Economia Solidária - CESOL Território de Irecê. Fomos muito bem recebidos pela equipe da COMVIDA, instituição que administra as ações da Cesol no Território, com muitos bons resultados, mudando a vida de  muitas famílias.


No espaço tem uma loja onde é possível adquirir artesanato produzido por moradores de várias comunidades da Região. Cestarias, objetos de decoração, utilitários, bijuterias, bordados, móveis, tudo feito com produtos local.

  


 

Essas mini-cozinhas sertanejas  foi o que mais me encantou. São feitas por artesãos da Associação Comunitária de Salobro, município de Canarana, Território de Irecê.

 

Ficamos a par de várias ações que são desenvolvidas em várias comunidades, dos 19 municípios que fazem parte do Território de Irecê. O coordenador geral do Centro Público de Economia Solidária do Território de Irecê – CESOL/COMVIDA, Medson Janer, nos apresentou os diversos projetos que se encontram em andamento. Bolos, biscoitos, doces, compotas, cenoura baby, batata, banana e cebola chips, farinha de beterraba,  tomate seco,  são alguns dos produtos processados da área de alimentos, como forma de aproveitar a parte da produção da agricultura familiar que  por estar fora do padrão "estético" o mercado não absorve. Idéias simples que estão resultando em renda para diversas famílias.


Equipe CESOL/COMVIDA, é daquela turma de gente do bem que dá gosto conhecer, porque fazem a diferença no planeta. Esse encontro encheu meu coração de esperanças.

  
Aproveitamos para conversar com Solon Barreto, artista plástico, que assumiu a secretaria de cultura de Irecê.  Sempre bom conhecer  a cultura e os artistas de cada lugar por onde andamos. Na foto uma mandala feita por Solon com madeira, cipó e sementes da região.


Em cada cantinho da cidade é possível encontrar um pouco da história sendo preservada.


E por falar em cultura e história, não poderíamos passar em Irecê sem falar com quem entende de ovinos e caprinos, afinal estamos no sertão.  Essa reunião nos auxiliou a conhecer mais sobre a qualidade da produção local. 


Cada um nos passou um pouco das suas experiências, da criação, abate, corte, distribuição.


Aprendendo com que ama o que faz.


Como a prosa já tava mesmo no rumo dos bodinhos, fomos almoçar no famoso Restaurante "Junior do Bode".  Pensa num bodinho macio, gostoso!  Segundo Junior o segredo está na qualidade da carne, ele só compra bode de procedência garantida,  tem seus fornecedores certos em que ele pode confiar. E o tempero? Sal, só sal.  Vou ficar devendo a vocês as fotos dos acompanhamentos, porque a fome tava grande que nem lembrei de fotografar. Mas vem arroz, macarrão, farofa de feijão de corda, farofa de cuscuz,  salada de alface, tomate e cebola.


E Junior ainda deu uma dica especial:  "quem gostar de pimenta , coloca um pouco de geleia de pimenta com mel no bode, mas tenha cuidado porque é muito forte. Essa é feita no sertão por isso é forte assim". É muito cheirosa, mas nem arrisquei, preferi ficar no puro sabor do bode.


Ambrosia foi nossa sobremesa. Feita com leite da fazenda e ovo caipira. Podia ser melhor?


Só pra deixar vocês de água na boca.


Fomos conferir a comida do Restaurante Alecrim, que tem um espaço lindo, bem decorado, música boa e a comida melhor ainda.  Jairo escolheu uma pizza, um pedido acertado, massa gostosa, leve, muito saborosa mesmo. Eu fui de salada de bacalhau, como tinha exagerado no almoço ( o bode tava bom demais e com farofa de cuscuz já sabem que não resisto), preferi uma opção mais refrescante, a porção é bem generosa e vem com umas cebolas em conserva inesquecíveis,  feitas na própria  casa como pudemos conferir depois.  Não tirei fotos porque estava muito frio, fiquei quietinha, rs.


Jantamos também  no delicioso restaurante italiano "Cantina Garofani", ambiente super aconchegante, atendimento excelente. Pedimos bruscheta com pão feito na casa, talharim na manteiga com ervas e filé com molho escuro. Tudo muito bom.


 Francisco Garofani, dono da Cantina, sabe a arte do bem receber, deixa o cliente se sentir como se estivesse na casa de um velho amigo. Ele é filho de Eusépio Garofani, fundador do tradicional Restaurante Eusépio, de Morro do Chapéu, Chapada Diamantina - Bahia. Com o pai aprendeu a fazer as massas, molhos e os pratos que fazem a fama do Restaurante que até hoje é mantido com sucesso pela família.



Enfim voltamos para casa, levando conosco a saudades de pessoas já tão queridas a nós e desse lugar que simboliza tão bem a força, a coragem e o sentimento hospitaleiro do povo sertanejo.
Pegamos a estrada com forte neblina, fomos devagarinho, proseando sobre os bons momentos que passamos em Irecê.


Quando chegamos na entrada de Morro do Chapéu deu vontade de entrar e começar uma nova prosa, tomando um cafezinho com biscoito e uns pedacinhos de cordeiro defumado, com os amigos queridos que temos aqui. Mas esse  encontro fica para outro momento. Precisamos voltar para casa.
Até breve Irecê! Até breve Morro do Chapéu!





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